Além do Cidadão Kane

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Separatistas expõem racismo e ódio contra o povo boliviano

Os moradores do bairro popular Plan 3000, em Santa Cruz de la Sierra, denunciam o racismo dos separatistas: “Eles vêm aqui e nos chamam ‘índios de mierda’, nos chamam de filhos de lhama, que deveríamos ficar na montanha e comer pedras por lá”, denunciou o líder do bairro, Portugal Quispe.
Os separatistas expõem de forma desavergonhada sua ojeriza aos indígenas, que compõem mais de 60% da população, e sua repulsa voltada contra as classes mais pobres, compostas na maioria pelos índios cuja condição Evo busca elevar.
Picharam as ruas de Santa Cruz com instigações como “morte aos índios”.
“Divisão ou morte. Com essa negrada, não dá para conviver”, deblatera o membro do Comitê Cívico de Santa Cruz, Luis Alberto Argaz.
Também integra o comitê Andréz Gomez, um dos mais ricos empresários do departamento de Santa Cruz, que declarou: “São uma gente horrorosa. O cheiro é horrível. É um povo de não-cristãos. Não compartilham conosco os valores ocidentais e o amor ao capitalismo”.
O denominado “Comitê Cívico” é dirigido pelo filho de imigrantes croatas Branco Marinkovic, um dos maiores produtores de óleos de soja e girassol da região e também um dos maiores latifundiários da Bolívia. De sua produção, 80% ia para os Estados Unidos e os 20% que ficavam na Bolívia eram vendidos a um preço 68% maior do que o comercializado nos EUA. Realidade que mudou quando Morales determinou limites à exportação para garantir o acesso ao óleo pelos bolivianos. Branco responde a processos por apropriação indébita de propriedades, uma delas é área de 14.000 hectares, pertencente a famílias indígenas.
O jornalista e escritor Freddy Tarcaya Gallardo destacou que o pai de Branco, Silvio Marinkovic, chegou na Bolívia em 1950 “escapando do comunismo”, citando o próprio Branco. Declara Freddy que o pai de Branco escapou foi da Justiça, pois era vinculado ao denominado Estado Independente da Croácia, que serviu de regime títere apoiador da ocupação e dos massacres de Hitler contra croatas, judeus e ciganos (mais de meio milhão de mortos naquela região).
Em 1° de setembro, em um avião de matrícula C-90A, Marinkovic viajou aos EUA onde lhe disseram que era preciso jogar tudo no golpe. No dia 9 de setembro, horas depois do regresso de Marinkovic a Santa Cruz, começam protestos violentos, com invasão e queima de instituições públicas.
“Esses filhos dos oligarcas, dos latifundiários, dos contrabandistas tentam nos atacar. Mas nós estamos defendendo nosso território. E eles têm tanta coragem que contratam viciados para vir destruir aqui. Pagam 200 bolivianos (cerca de R$ 40) para esses vândalos, pobres como a gente, mas sem visão para ver o que está acontecendo”, denunciou Hugo Kayo, liderança do mesmo bairro, ao relatar os ataques dos fascistas.

Original em Hora do Povo
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