Além do Cidadão Kane

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Pedida à OEA investigação do massacre indígena na Amazônia peruana

Ao menos onze policiais e 30 indígenas morreram e mais de 150 pessoas sofreram ferimentos durante a ação policial e militar que o governo de Alán García empreendeu na Amazônia peruana.

O Escritório em Washington para Assuntos Latino-americanos (WOLA) solicitou nesta terça-feira à Organização dos Estados Americanos (OEA) uma investigação independente sobre o massacre indígena no Peru que provocou a morte de pelo menos 40 pessoas pela ação policial.
Através de um comunicado o organismo também pediu que as partes envolvidas no conflito evitem mais violência, devido aos atos violentos que se desenrolaram em Bagua, Peru.
Alem disso, pediram ao governo peruano para evitar o uso excessivo da força, "que respeite leis nacionais e internacionais e que promova uma negociação que resolva o conflito sem mais derramamento de sangue".
Assinalou que faz quase dois meses, 30 mil indígenas que vivem na Amazônia peruana 'bloquearam pacificamente' as ruas e rios na província de Bagua em protesto à nova legislação de 2008.
A nova lei aceleraria a exploração e pesquisa de recursos naturais na região, incluindo ouro, petróleo e madeira.
Em um comunicado, a OEA anunciou para esta terça pela manhã uma sessão extraordinária 'para receber informação da Missão Permanente do Peru sobre os trágicos acontecimentos ocorridos na localidade amazônica de Bagua'.
WOLA indicou que os manifestantes pediram a eliminação da nova legislação, uma petição apoiada por nove bispos da Amazônia, o Coordenador Nacional de Direitos Humanos e o Defensor Público dos Direitos Humanos, entre outros.
Disse que o Coordenador Nacional dos Direitos Humanos indicou que as comunidades indígenas afetadas levaram um ano pedindo negociações com o governo e a eliminação da legislação pertinente.
Entretanto, sustentou que 'o governo nunca consultou as comunidades indígenas antes de emitir a nova lei e se tem mantido indisposto a negociar com os líderes indígenas'.
Em 9 de maio o presidente peruano Alan García declarou um estado de emergência e na madrugada de cinco de junho a Polícia Nacional atacou a um grupo de pessoas indígenas que pertenciam ao protesto nos arredores de Bagua.
Os primeiros informes indicam que pelo menos onze policiais e 30 indígenas morreram e mais de 150 pessoas sofreram feridas.
Ante esta situação o organismo internacional vigiará cuidadosamente a situação' e reiterou seu chamado para 'um cessar da violência, respeito aos direitos humanos e uma negociação justa e pacífica para solucionar o conflito'.
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Traduzido por Rosalvo Maciel

Original em Telesur

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