Além do Cidadão Kane

sexta-feira, 23 de julho de 2010

As crianças de Falluja

Em 2003 os Estados Unidos e seus aliados invadiram o Iraque com o argumento de que iam tomar-lhe as armas de destruição em massa que ameaçavam a segurança planetária. Na seqüência ficou comprovado que as tais armas não passavam de ficção.


Além disso, o país que se credenciava como o herói que salvaria a humanidade de armas bestiais não vacilou em utilizar armamento, que por seus efeitos e crueldade, é proibido pelas convenções internacionais, como, por exemplo, o fósforo branco. [1]

Outra munição devastadora utilizada contra os iraquianos foi a bomba de fragmentação. Esse artefato, que mantém seus efeitos mesmo depois de encerrado o conflito, recebeu o repúdio de 93 países que em 2008 assinaram um tratado visando a sua proibição. Os Estados Unidos não compareceram ao encontro. [2]

Mas as incoerências não cessam por aí. Se os presidentes americanos, desde Bush até Obama, fazem discursos escandalizados contra o urânio utilizado pelo Irã em seu programa nuclear (programa esse que até agora não se conseguiu provar que é para fins bélicos), as suas tropas, por sua vez, não se acanharam em utilizar urânio empobrecido no Iraque. [3]

O principal alvo dos ataques de urânio foi a cidade de Fallujah onde se travaram duros embates em 2004. As trágicas conseqüências para a população civil transcendeu o período do auge dos bombardeios. A radiação liberada pelo urânio utilizado está causando câncer, problemas cardíacos e no sistema nervoso além de defeitos congênitos em crianças recém nascidas.

"Vi fotos de bebês nascidos com um olho no meio da testa, com o nariz na testa", disse a pesquisadora iraquiana baseada na Inglaterra Malik Hamdam.[4]

De acordo com os médicos que atuam no Iraque antes de 2003 ocorria um caso de defeito congênito a cada dois meses, aproximadamente. Hoje eles se deparam com esse problema todos os dias.

Cabeças maiores do que o normal, problemas de coração, nos olhos e nos membros inferiores, além de outras anomalias têm sido constatadas freqüentemente conforme afirma o neurocirurgião Abdul Wahid Salah.[5]

Abaixo seguem algumas imagens chocantes divulgadas pela mídia inglesa, umas pelo tablóide The Guardian[6] e outras pelo Daily Mail Online[7], que dão uma idéia do trágico resultado da bestialidade imperial:

The Guardian:






Daily Mail Online:





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[1] Pentágono admite uso de fósforo branco no Iraque (16/11/2005):

[2] Assinado tratado contra armas de fragmentação (04/12/2009):

[3] Urânio empobrecido: Um crime de guerra dentro de uma guerra criminosa, por William Bowles (24/03/2010):

[4] Iraquianos denunciam aumento de defeitos congênitos em Fallujah (04/03/2010):





Child deformities 'increasing' in Falluja (04/03/2010):

Iraq littered with high levels of nuclear and dioxin contamination, study finds (22/01/2010):

[5] Huge rise in birth defects in Falluja (13/11/2009):

[6] The children of Falluja:

[7] The curse of Fallujah: Women warned not to have babies because of rise in birth defects since U.S. assault (05/03/2010):

Publicado em Mon Blog

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